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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Governo propõe Incra mais "enxuto", sem discutir com servidores e movimentos sociais


Mais uma vez o Governo propõe re-estruturação do INCRA e novamente não debate com os servidores e com os movimentos sociais, que o ficam sabendo novamente através da mídia. Um INCRA com menos poder e enxuto. A matéria a seguir tem propostas cujas informações são chanceladas pelo próprio presidente da autarquia Celso de Lacerda.

O artigo abaixo informa que o MST apóia o processo de mudança - o que desconhecemos. Por sua vez, não temos informações sólidas sobre essas mudanças. A nova proposta de "enxugar o Incra" foi colocada pelo governo no sentido de reduzir o "poder da autarquia" - de uma autarquia que nunca teve poder, de fato. Os poucos recursos orçamentários que o Estado lhe atribui não basta sequer para fazer um estoque de terras para a reforma agrária ou com condições para que seu servidores possam trabalhar.

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Governo quer Incra enxuto e com menos poder
Uma das primeiras iniciativas será transferir construção de habitações em assentamentos rurais para o Minha Casa, Minha Vida

Agencia Estado
AE 02/11/2011 
O governo está costurando aos poucos uma proposta de reforma no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Uma das principais metas do projeto é reduzir o poder da autarquia. Indiretamente, a medida deve provocar o esvaziamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao qual é vinculado o instituto.

Encarregado de levar adiante a reforma agrária, hoje o Incra tem poderes e recursos para comprar terras, assentar famílias, construir moradias nos assentamentos, abrir e manter estradas em áreas rurais, implantar agroindústrias, financiar programas educacionais, contratar e prestar assistência técnica e outros serviços. São tantas atividades que em Brasília costuma-se brincar dizendo que se trata de um Estado dentro do Estado.

O objetivo do governo é enxugar essa máquina e torná-la mais especializada e eficiente. Uma das primeiras iniciativas deve ser a transferência para o programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal, da tarefa de construir habitações nos assentamentos rurais. Com isso, acredita-se, os técnicos do instituto poderiam se dedicar mais à atividade fim da autarquia, que é a reforma agrária.

Líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST) consultados pelo Grupo Estado sobre essa iniciativa na área habitacionaldisseram apoiar a mudança. Entre outras coisas porque o valor destinado à construção de casas no programa da Caixa é maior do que o do Incra. Passaria de R$ 15 mil para R$ 25 mil.

Prazo
Há outro ponto na pauta do Planalto, porém, que deve enfrentar resistência dos movimentos da reforma agrária. É o que estabelece um prazo para a execução da reforma no País. Pela proposta, ela deixaria de ser um processo permanente, sem prazo para acabar, como acontece hoje.

Após o final do prazo para a execução da reforma, o Incra ficaria voltado para sua atividade principal, descrita no decreto de sua criação, em julho de 1970, em plena ditadura militar, que é manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União.

As mudanças deverão ser baseadas num diagnóstico sobre os principais problemas do Incra preparado pelo seu presidente, o agrônomo e matemático Celso Lacerda. Antes de ser chamado pela presidente Dilma Rousseff, ele atuou em cooperativas e programas de assistência técnica, além de ter ocupado o cargo de superintendente do Incra do Paraná durante o governo Lula. Segundo funcionários da instituição, ele conhece bem os gargalos da reforma agrária.

Lacerda foi escolhido com a missão de dar uma direção mais técnica e menos politizada ao Incra. A reforma do instituto seria um dos principais passos nesta direção. Em conversas sobre o assunto, ele tem dito que a mudança também levaria a um fortalecimento dos atuais quadros técnicos do instituto






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