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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Morreu Plínio de Arruda Sampaio, um lutador pela Reforma Agrária

por Almir Cezar
economista do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e diretor da ASSEMDA*

Na tarde de 08/07, o Brasil teve outra infelicidade, além da eliminação da Copa do Mundo: o falecimento de Plínio de Arruda Sampaio. Plínio, que embora, tenha ficado mais conhecido por sua candidatura a presidente da República em 2010, era ex-deputado federal, intelectual e militante de esquerda. Mas teve outra grande contribuição para o Brasil, sua militância pela causa da Reforma Agrária.

Não à toa, foi um dos "pais" do 2º  Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), elaborado no início do 1º mandato da presidência de Lula, quando ainda estava filiado ao PT - que veio a romper após o escândalo do Mensalão, em 2006. Esse plano sintetizava décadas de aspirações dos movimentos sindicais e populares do campo do Brasil por um modelo de desenvolvimento rural solidário e sustentável, alicerçado pela agricultura familiar e por um profundo e amplo reordenado fundiário. Porém, apesar de realístico, muito pouco desse plano foi implementado efetivamente pelo governo federal.

Com a morte de Plínio, acredito que morre consigo um modelo de Reforma Agrária desenvolvimento pelos movimentos sindicais e populares, organizações de esquerda e intelectuais nas três décadas pós-redemocratização. Com isso, surge então a necessidade de elaboração um novo modelo, especialmente depois de que 3 sucessivos governos ligados ao movimento social (Lula e Dilma), cederam à lógica do agronegócio, e transformaram a política agrária em mera subsidiária das políticas à la Bolsa Família, como se fosse possível resolver grave problema da desigualdade social brasileira sem fazer de fato a própria Reforma Agrária.

Em sua memória, acredito também que, mais do que nunca, caberá as trabalhadoras e os trabalhadores dos órgãos federais de organização agrária (MDA e INCRA) um papel relevante nessa construção.

Plínio, presente!

PS: O ministro Rossetto e o presidente do INCRA Guedes redigiram uma nota de pesar.

(*) As opiniões desse artigo não necessariamente expressam posições da ASSEMDA e/ou de sua diretoria

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