Valorizar os servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário é valorizar a reforma agrária, a agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável e solidário!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Brasil pagou, só de juros, oitenta e oito vezes o orçamento anual de Reforma Agrária

Gastos federais com encargos financeiros.
Apenas de janeiro a setembro, o setor público gastou R$ 209,1 bilhões com encargos financeiros, que já corresponde a 5,5% do PIB. Brasil pagou, só de juros, quarenta e três vezes o orçamento anual de Organização Agrária e oitenta e oito vezes o orçamento anual de Reforma Agrária

A gastança de dinheiro público com despesas que não são serviços públicos aumentou enormemente. O setor público viu a conta com os juros aumentar para patamares nunca antes vistos. Dados do Banco Central (BC) mostram uma situação preocupante para o país. De janeiro a setembro deste ano, o desembolso de estados, de municípios, do Distrito Federal e da União com encargos financeiros chegou a R$ 209,1 bilhões — quase três vezes maior do que o valor gasto 12 anos atrás, de R$ 72,3 bilhões, no mesmo período de 2002.

A dinheirama corresponde a 5,53% do Produto Interno Bruto (PIB), nível normalmente visto em países em crise. Esse montante representa oito vezes o orçamento anual do Bolsa Família, de R$ 25 bilhões, e quarenta e três vezes o orçamento  da União previsto para 2014 com Organização Agrária (R$4,9 bilhões), tanto com pessoal, custeio e investimento no MDA e INCRA, incluindo em apoio à outras instituições com convênios e parcerias. Sendo que a parcela prevista destinada nesse total à Reforma Agrária propriamente dita são meros R$ 2,35 bilhões, portanto o Brasil paga de juros quase 89 vezes a mais.

Esse aperto orçamentário e a inversão de prioridades, que compromete os gastos e investimentos com Saúde, Educação, Moradia, Mobilidade Urbana, etc, explica entre outras coisas, que apesar do Brasil passar por sucessivas super-safras agrícolas, está em meio a uma crônica inflação alta, onde o preço dos alimentos está no seu centro. E o porquê do país apresentar nos últimos anos um dos piores resultados no histórico da Reforma Agrária, ao mesmo tempo que, os servidores dos órgãos agrários da União têm entre os mais baixos salários da Administração Federal e passam por precárias condições de trabalho.

A fim de superar isso, o Encontro da Setorial Agrária da CONDSEF de 21 de novembro, co-convocado pela CNASI e ASSEMDA, se debruçará no balanço e nas perspectivas para o desenvolvimento agrário brasileiro e elaborará um programa do movimento dos servidores do INCRA e MDA para propô-lo ao governo recém-eleito para 2015.

Atualizado às 11h47

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