Valorizar os servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário é valorizar a reforma agrária, a agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável e solidário!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Solidariedade ao movimento por transporte público barato e decente e repúdio à violação do direito de protestar



NOTA PÚBLICA

Solidariedade ao movimento por transporte público barato 
e decente e repúdio à violação do direito de protestar

Em São Paulo, Rio, Goiânia, BH, Porto Alegre, Salvador e ao menos mais dez grandes cidades já ocorreram protestos de rua ou embates por causa do aumento das tarifas nos transportes públicos decretados esse mês. Na última sexta-feira (14/06) e no sábado Brasília se somou aos protestos que estão ocorrendo no país inteiro, combinando com a abertura da Copa das Confederações.

As manifestações, partidas de lideranças estudantis e que ganharam força espontaneamente pelas redes sociais, não são apenas para impedir o reajuste das passagens. Em todo o país a população tem se mostrado indignada com a inflação dos alimentos e com os gastos indecentes para a construção dos estádios da Copa do Mundo. Denunciam também a promiscuidade entre o poder público e as empresas, que são financiadoras de campanhas políticas, e também mostram que uma passagem barata e um serviço de boa qualidade não é uma utopia, pois o transporte público é obrigação do Estado e não um direito de poucos.

A tarifa de ônibus subiu 2,2 vezes acima do IPCA. Se fosse corrigida pela inflação desde a implantação do Plano Real, em São Paulo custaria R$ 2,16 e não os R$ 3,20 decretados. Enquanto isto, o salário médio não subiu no mesmo ritmo. A despesa com transporte pesa em média mais de 17% do salário do trabalhador, o mesmo gasto com alimentação. Apesar do preço, a qualidade é péssima. Essa combinação faz com que a avaliação do transporte público seja a pior desde 1987, e com cidades engarrafadas e um trânsito violento.

O duro impacto do aumento no bolso do povo fez até mesmo as manifestações extrapolarem os limites do próprio movimento. As ações violentas das polícias, sob ordens diretas dos respectivos governos estaduais, acirraram os ânimos e provocaram os manifestantes. Tal fato, porém, não intimidou os trabalhadores e a juventude, levando os protestos a se transformarem em uma espécie de revolta popular.

As manifestações mostram que o povo não é cego. O futebol é uma paixão nacional e o Brasil merece uma grande festa como a Copa. Mas isto não é desculpa para que se desperdicem bilhões de reais em um evento que só dura alguns dias, com obras superfaturadas, e em detrimento da saúde, educação e segurança públicas. Além disso, o ingresso é caro e a maioria absoluta do povo só tem condições de ver o jogo pela televisão, causando a impressão, para a grande maioria, de que o evento ocorre em outro país.

O desabafo não é só por R$0,20, mas contra o lucro empresarial selvagem, contra a corrupção dos políticos, contra a degradação das florestas, contra a saúde e educação públicas precárias, o assassinato dos indígenas, comunidades tradicionais e sem terras pelo agronegócio, contra a repressão aos jovens negros e pobres da periferia, contra a polícia mais violenta do mundo, contra a maior taxa de homicídios do planeta.

Em 2012, os servidores públicos federais, incluindo os servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário, exercendo seu direito de greve, e buscando melhores condições para executar as políticas públicas de reforma agrária, desenvolvimento rural e apoio aos agricultores familiares, enfrentaram por mais de 3 meses o governo, sendo duramente reprimidos, mas conseguindo apesar disso dobrar sua intransigência.

Ao longo da História milhares de pessoas morreram no Brasil defendendo liberdades democráticas e o direito de protestar sem ser ameaçado em sua integridade física. Por isto hoje não abrimos mão de defender esse direito. A ASSEMDA, portanto, repudia agressões das polícias e governos aos atos e se solidariza com os manifestantes. Entende também que o serviço público de qualidade é um direito, necessário e possível, e chama as servidoras e os servidores do MDA a se incorporarem por todo o Brasil nessas mobilizações.


A Diretoria Colegiada da ASSEMDA

Brasília, 18 de junho de 2013


"A valorização dos servidores do MDA é a valorização da reforma agrária, do desenvolvimento rural sustentável e da agricultura familiar"

Associação Nacional dos Servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário
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