O governo federal recentemente fez uma autocrítica sobre o processo de reforma agrária e promoção da agricultura familiar que realizam no Brasil. O texto circulou no site do Ministério do Planejamento, e foi produzido pela Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI). Segue alguns trechos:
“Já as prioridades adotadas pelo modelo brasileiro, se, por um lado, geraram um agronegócio eficiente e produtivo, por outro, contribuíram para criar grande concentração de renda e riqueza (...) estimularam o fluxo migratório de trabalhadores para os centros urbanos, com conseqüências sociais bastante sérias: não se pode negar a contribuição desse conjunto de fatores à favelização das principais cidades do país.”
“(...) a concentração de terras no país, cuja proporção manteve-se praticamente inalterada entre os Censos agropecuários 1985 e 2006”.
“(...) as precárias condições de trabalho e da educação ainda existentes no meio rural também contribuíram para a configuração desse quadro excludente. (...) são muito elevados os índices de informalidade no setor e de insuficiência de assistência e extensão rural aos produtores.”
“A questão ambiental é emblemática para o setor agropecuário, principal responsável pelo desmatamento e degradação de grandes áreas (...) Há de se reconhecer, contudo, que muito do desmatamento foi incentivado pelo próprio governo e a conta apresentada, principalmente para os pequenos produtores, é excessivamente alta”.
Também não é para menos, políticas públicas como a Reforma Agrária e a Agricultura Familiar, somente se concretizarão no Brasil quando o Estado estiver preparado para realizá-las de fato. Hoje, sequer os servidores, que são responsáveis diretos por essas políticas, são valorizados. Por isso reafirmamos:
Valorizar o servidor do MDA é valorizar a reforma agrária, a agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável.
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