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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cotados para assumir o Incra e MDA têm perfis parecidos com atuais gestores

Representantes de grupos de sem-terra e da agricultura familiar pressionam por mudanças na condução da política agrária da presidente eleita, Dilma Rousseff, e cobram um choque no setor. A previsão, no entanto, é de não haver nenhuma ruptura no modelo de funcionamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os cotados para assumir os cargos são alinhados com as atuais gestões.

Para o ministério, os nomes mais fortes são o de Joaquim Soriano, coordenador do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural da pasta, e do deputado estadual do Rio Grande do Sul Elvino Bohn Gass (PT). No Incra, a mudança parece estar resolvida. Deve assumir, no lugar de Rolf Hackbart, o diretor de Gestão Estratégica do instituto, Roberto Kiel.

A diretora de Meio Ambiente da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Maria da Graça Amorim, disse que a política agrária do presidente Lula está estagnada e com dificuldade de acesso a crédito por parte de assentados. “O problema da reforma agrária não é de recursos. O problema é que o dinheiro está sendo mal aplicado”, afirmou Maria da Graça.

Para ela, não adianta apenas mudar os nomes dos cabeças do instituto e do ministério. É preciso mudar o perfil da gestão. “Não adiantar trocar as pessoas e deixar tudo como está. É preciso trocar os superintendentes do Incra. Tem muito assentamento que não recebe crédito há três, quatro anos”, disse a dirigente da Fetraf.

Conab

Os sindicalistas e os grupos de sem-terra defendem ainda um fortalecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A demanda é garantir que a estatal tenha planos melhores de compra de alimentos de produtores familiares. Além da Conab, o Ministério de Desenvolvimento Social tem programa de compra de produtos colhidos por pequenos agricultores. A grande reclamação é que o governo dá terra aos assentados, porém não garante o desenvolvimento das propriedades.

Durante a campanha, Dilma evitou comprometer-se com pontos polêmicos defendidos pelos agricultores familiares, como a revisão dos índices de produtividade e a revogação de medidas que criminalizam invasão de terra. Outra cobrança é pela retomada das metas de famílias assentadas por ano. No começo do governo, Lula estabeleceu o objetivo de dar terra para 115 mil famílias anualmente. Com os seguidos descumprimentos, a meta acabou extinta.

Afago de Stédile

Apesar de não indicar com uma mudança na condução da política agrária, a presidente eleita, Dilma Rousseff, recebeu recentemente um afago de João Pedro Stédile, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Segundo ele, as forças que elegeram a petista têm mais chance de avançar na reforma agrária do que foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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