Seg, 07 de Maio de 2012 20:52
Os servidores do Incra e MDA mostraram novamente, nesta segunda-feira (07/05), que estão decididos a enfrentar tudo para defender suas reivindicações. Isso, porque houve paralisações e mobilizações dos profissionais dos dois órgãos por todo o Brasil. Do Rio Grande do Sul ao Amapá, de Pernambuco ao Mato Grosso do Sul os servidores fecharam o Incra e MDA, fizeram piquetes, mobilizações, debates, discussões sobre os problemas dos órgãos, bem como as possíveis soluções, com destaque para a melhoria dos padrões remunerativos.
As paralisações e mobilizações foram realizadas em atendimento às deliberações da Plenária Nacional da Cnasi, que elegeu os dias 7, 14 e 21 de maio de 2012 como datas marcantes para os servidores lutarem, “contra o desmonte do Incra no Governo Dilma e pela apresentação de proposta concreta para os servidores do Incra/MDA”. A Plenária – que ocorreu em Brasília, no dia 26 de abril de 2012 –, definiu ainda que no dia 21 haverá na capital federal um Encontro Nacional de Entidades Representativas do Incra e MDA, no qual definirá o indicativo de greve dos profissionais dos dois órgãos, caso o governo não apresente resposta às reivindicações da categoria.
Neste sete de maio de 2012, os servidores discutiram em suas bases diversos temas, como: a formação / resgate de Plano de Lutas, que abrangerá a valorização salarial dos servidores do Incra/MDA, com tabela unificada; recomposição da força de trabalho, com concurso público para pelo menos dois mil servidores até 2014; aumento do aporte para a Fassincra; criação da Escola de Governo da Reforma Agrária; redefinição das metas/indicadores para avaliação de Gdara/Gdapa. Formações de grupos e comando de mobilizações também fizeram parte das discussões nas superintendências regionais e unidades avançadas do Incra, bem como nas delegacias do MDA.
Em Brasília, a Assera/BR, juntamente com as direções da Assinagro e AsseMDA, decidiram realizar um “almoço chorado”, refeição de graça a todos ao som de chorinhos cantados por grupo contratado pelas entidades. Arroz carreteiro e seus complementos agradaram aos profissionais do ex-Edifício Palácio do Desenvolvimento que almoçaram na atividade. “Ex” pelo fato de os servidores mudarem o nome do prédio, em protesto contra a falta de estrutura dos órgãos, inexistência de remuneração condizente com as atividades, bem como não recomposição da força de trabalho (convocação de concursados e realização de novos concursos), etc.Na solenidade/protesto os servidores mudaram o nome do prédio para “Edifício Palácio do Sub-Desenvolvimento”, com sub em destaque. Na SR-28, também em Brasília, os servidores fizeram mobilizações fortes e também almoçaram juntos na Superintendência.
Em Goiás, a paralisação foi completa, pois os servidores do Incra (técnicos, analistas e peritos) e do MDA, juntamente com dezenas de integrantes dos principais movimentos sociais defensores da reforma agrária fizeram desta segunda-feira um dia memorável. Foi memorável por ter sido um momento histórico em Goiás, com a união dos servidores e movimentos sociais. Estiveram mobilizados servidores do INCRA e MDA, incluindo os aposentados da autarquia, com a presença da ANDES-UFG, MBTR, FETRAF Nacional e Estadual, MPTL, CUT Estadual, Sintsep-GO, SINDIAGRI, Fórum Estadual pela Reforma Agrária e representante do Gabinete do deputado estadual Mauro Rubem. Em ato simbólico, com fogos de artifícios, fecharam-se com cercas de arame-farpado o prédio do Incra. “O ato simbolizou como o governo tem priorizado o setor político da Agricultura Não-Agrária e marginalizado o Desenvolvimento e Reforma Agrária”, afirmou Cleuza Carneiro, da direção da Assincra/GO.
Em Pernambuco, as atividades também foram amplas. Na Superintendência Regional do Incra no Médio São Francisco,sediada em Petrolina (PE), houve intensa mobilização das atividades durante todo o dia, sendo que os servidores discutiram ainda a eleição da nova diretoria da Assincra/MSF, programada para 7 de junho de 2012. Em Recife, as atividades começaram com café da manhã, em seguida houve o repasse de informes sobre a situação do Incra e MDA, a negociação remunerativa com o governo, etc. Os problemas da Fassincra também ganharam destaque, ao ponto de ser feito um abaixo-assinado reivindicando a recomposição dos valores de contribuição per capita, bem como de verba suplementar para quitar débito com rede credenciada. Ainda estão coletando assinaturas.
Confira o abaixo-assinado sobre Fassincra produzido pelos servidores pernambucanos abaixo:
No Mato Grosso do Sul, os servidores amanheceram o dia parados em frente à Superintendência Regional. A deliberação pela paralisação ocorreu no fim da tarde de sexta-feira (04/05), destacando o informe da Cnasi que convocava os profissionais para as atividades nos dias 7, 14 e 21 de maio de 2012. Segundo o servidor Humberto Santos, os profissionais da autarquia no estado estão preocupados com o futuro do órgão e ansiosos por informações animadoras.
No Rio Grande do Sul, a paralisação das atividades do Incra foi completa. Segundo os organizadores, o ato simbólico de entrega de arroz orgânico produzido em assentamento do Incra à população em semáforo próximo ao prédio que sedia a autarquia no estado, juntamente com e panfleto explicativo da motivação da paralisação, foi marcante e teve ampla divulgação na imprensa local. Diversas entrevistas a veículos de comunicação impressos, on-line, radiofônicos e televisivos foram concedidas por coordenadores do movimento gaúcho. “Durante nosso ato compareceram vários veículos de imprensa do RS, nos quais as nossas reivindicações foram reproduzidas em todos os telejornais do dia. Na tarde, fizemos uma entrada "ao vivo" no jornal de uma das emissoras de TV locais e, para finalizar a paralisação, fizemos uma assembleia de avaliação da atividade que foi considerada, por todos, como excelente. Já ficou definida a nova comissão que ira preparar as atividades do dia 14 de maio próximo”, afirmou Sérgio Pinto, presidente Assincra/RS
No Amapá, o servidor Marcelo Gonçalves, que participou da Plenária da Cnasi, como delegado do Incra/AP, havia reunido os servidores do regional na sexta-feira, dia 04, para repassar as informações trazidas da capital federal. Segundo o relato de Marcelo, o horizonte se mostrou bastante hostil para a categoria, o que só fez os servidores do Incra/AP aderirem empeso ao movimento. Por conta disso, paralisaram as atividades do órgão no estado e enfrentaram a truculência da superintendente local, que mesmo sabendo da legitimidade do pleito dos servidores esboçou furar o dia da paralisação para atender outro pleito – o dos madeireiros. “Mas sem se deixar intimidar, os servidores mantiveram-se firmes, sabendo que a causa que defendem é maior do que a que move os destruidores da floresta amazônica. Trata-se não só de reivindicações classistas, mas de interesse do Brasil, a reforma agrária”, assegurou Geovane Grangeiro, diretor regional Norte da Cnasi. No Amapá os servidores decidiram realizar novas paralisações nos dias 14 e 21 de maio.
No Ceará, a adesão ao movimento de paralisação foi completa, sendo que os servidores passaram boa parte do dia discutindo os problemas que afligem o Incra e MDA, bem como seus profissionais. Os servidores cearenses criaram um grupo de trabalho com maior profundidade os problemas e a estrutura do Incra.
No Pará, houve completa paralisação das atividades do Incra e MDA – tanto em Belém quanto em Marabá. Somente após as 19h desta segunda-feira os servidores do Incra em Belém encerram um debate que tiveram na Superintendência. Debate esse, que teve a presença do diretor de Gestão Estratégica do Incra, Ivan Jairo Junckes, e discutiu a proposta de reestruturação do Incra, entre outros temas correlatos.
No Rio Grande do Norte e Alagoas a paralisação das atividades teve grande adesão dos servidores do Incra e MDA. A paralisação dos servidores do Incra e MDA no Rio Grande do Norte atingiu em torno de 80% da força de trabalho da SR/19. Às 8 horas da manhã, a Assincra/RN já havia preparado todos os ingredientes para o café da manhã que foi servido às 9h:30min na entrada da Superintendência. A paralisação contou ainda com o apoio do SINTSEF/RN, que colaborou com o som e com alguns ingredientes do café da manhã. Na parte da tarde, foi realizada uma assembléia geral para escolha do representante ao Encontro Nacional dos Servidores do Incra e MDA. Já em Maceió (AL), os servidores fecharam uma das duassedes do Incra na capita alagoana. A sede – que fica na praça Sinubu, no centro da capital –, teve suas atividades completamente suspensas. As mobilizações nos estados do RN e Al atraíram a atenção da mídia local.
No Maranhão, os servidores do Incra, seguindo o calendário de mobilização definido em Plenária da Cnasi, realizaram evento no auditório da Superintendência Regional. Durante a manhã, os servidores permaneceram reunidos em um café da manhã, tradicionalmente organizado pela Assincra/MA e que serviu para um momento de mobilização e debates. Na programação constaram as boas vindas aos novos servidores; repasse de informações sobre a situação da Fassincra e negociações salariais; entrega de documento da Assincra/MA com demandas dos servidores para melhorias do órgão e fala do superintendente regional do Maranhão, José Inácio, e sua equipe sobre o andamento das ações da autarquia no estado.
Em Minas Gerais a paralisação teve a adesão de cerca de 40 servidores (30% da casa), “o suficiente para paralisarmos 70 % das atividades já que alguns não compareceram ao órgão e outros estava viajando”, segundo Marcelo Pires, presidente Assincra/MG. Os mineiros iniciaram as atividades, já pela manhã, com o tradicional café do povo e após, ocorreu a leitura dos informes da conjuntura atual da campanha salarial, bem como relato de reuniões que fizeram com parlamentares. De acordo com Marcelo Pires, o superintendente do Incra/MG, Carlos Alberto Calazans, abriu um canal de negociação com outros parlamentares e a possibilidade de interlocução com a Secretaria da Presidência da República. Na parte da tarde, um grupo foi conversar com o parlamentar Gabriel Guimarães (PT/MG) que se mostrou disposto a manter um canal de negociação com os servidores e se prontificou a participar do Encontro Nacional de Entidades (CNASI/ASSINAGRO/ASSEMDA), dia 21/05” em Brasília. Os servidores do Incra/MG discutiram ainda sobre algumas atividades que estão sendo retiradas do órgão e o que isso impactaria na luta atual. Por fim, foi feito a aprovação dos integrantes que irão representar a Associação no dia 21/05 e o processo de mobilização no próximo dia 14/05.
Os servidores ativos e aposentados do Incra no Rio de Janeiro estiveram reunidos nesta segunda-feira (07/05) para debaterem sobre a situação atual em que a autarquia se encontra, o calendário de lutas e Fassincra. Ficou agendada uma nova reunião dos profissionais do Instituto para o dia 14 de maio.
Em Tocantins a paralisação ocorreu de forma espontânea e houve uma participação expressiva. Houve debates, que trataram exclusivamente a questão salarial, pois na avaliação dos participantes é o foco nas próximas paralisações dos dias 14 e 21 de maio. “Queremos aqui destacar a unidade da AsseMDA, Assincra/TO e Assinagro, isto, foi o mais importante no nosso dia aqui no nosso Estado” afirmou Raimundo Oliveira, da Assincra/TO.
Na Paraíba e no Espírito Santo, a apatia dos servidores do Incra e MDA venceu a mobilização, o que prejudicou o desejo dos integrantes das associações em realizar atividades de peso nos citados estados. Segundo lideranças contatadas pela direção da Cnasi, os esforços vão se multiplicar para que as próximas paralisações, programadas para os dias 14 e 21 de maio, sejam mais volumosas e os servidores façam adesão ao movimento com mais força.
Relatos, documentos e imagens sobre essas mobilizações/paralisações desta segunda-feira ainda serão repassadas à direção da Cnasi nos próximos dias para que sejam adicionadas a esta reportagem. (Material atualizado às 10h31min, de 08.05.2012)
Fonte: Ascom Cnasi
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