A falta da Reforma Agrária e a priorização ao agronegócio prejudicam o Brasil
por Almir Cezar*, economista e servidor do MDA e diretor da ASSEMDA,
A inflação oficial divulgada pelo IBGE chegou a 6,51% em 12 meses, encerrados em agosto, acima do teto da meta. Apesar da safra agrícola recorde, a maior pressão foi do grupo alimentação, com destaque para as frutas (crescimento em uma mês de 2,3%), mostra pesquisa da FGV, apesar do anúncio recente de safra agrícola recorde. A recente decisão do Banco Central de manter a taxa de juros alta em 11% é inócua e reforça a estagnação econômica anunciada com a "recessão técnica" noticiada na semana passada.
Inflação do grupo alimentos - Na última sexta-feira (05), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 6,51% em 12 meses, encerrados em agosto, acima do teto da meta, que é 6,5%. O centro da meta de inflação, que deve ser perseguida pelo BC, é 4,5%.
A pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) mostra que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu de 0,12% para 0,21%, na primeira prévia de setembro. Sete dos oito grupos pesquisados apresentaram acréscimos. A maior pressão foi do grupo alimentação (de 0,13% para 0,29%), com destaque para as frutas (de 0,99% para 2,30%). O destaque que três dos cinco itens restantes que mais pressionaram o índice, são alimentos: leite tipo longa vida (3,22%); tangerina (28,40%); refeições em bares e restaurantes (0,32%). Os outros dois têm variações de seus preços indexados pela inflação geral: aluguel residencial (0,64%) e plano e seguro de saúde (0,73%).
(*) As opiniões desse artigo não necessariamente expressam posições da ASSEMDA e/ou de sua diretoria